MUDAMOS DE ENDEREÇO: A PARTIR DE 1º DE FEVEREIRO ESTAREMOS FUNCIONANDO NA RUA ARISTÓTELES CALDEIRA, 669, BARROCA
1 - O Instituto Humanista de Psicoterapia retoma, em 2 de setembro próximo, as aulas do seu curso de Formação de Psicoterapeutas.
2 - Tendo em vista o isolamento social, ainda necessário face ao crescimento em Belo Horizonte dos casos de Covid 19, as aulas, atendimentos e supervisão serão ministrados on line.
3 - Retornam às aulas os psicólogos que iniciaram o curso em agosto de 2019 e em fevereiro de 2020.
4 - A proposta do Instituto é ministrar aulas em caráter presencial, valorizando as trocas e os encontros que essa modalidade propicia mas, diante da pandemia, priorizamos a segurança e bem-estar de nossos alunos e clientes.
5 - Esperamos retornar às aulas presenciais no início de 2021, quando também abriremos matrícula para nova turma do curso de Formação.
Nesse semestre, ofereceremos ainda cursos de mais curta duração, que visam a contemplar as vivências que a pandemia, de certa forma, agudizou nas pessoas, trazendo-lhes muito sofrimento.
O IHP espera, com esses cursos, contribuir para a humanização das relações entre as pessoas, sobretudo no momento de crise que todos estamos vivendo.
A VIDA QUE FLUI DENTRO DE CADA UM
Em tempos de isolamento social, os psicólogos têm sido chamados a uma colaboração mais próxima com as pessoas e com as equipes de saúde, aí incluída a saúde mental.
Somos chamados a cuidar, a prestar assistência psicológica, porque as pessoas estão adoecendo, de medo, de angústia, de solidão, de insegurança e incertezas face à Covid 19.
Lembrei-me de uma afirmação de Gendlin: “ Enfermidade é viver na rotina, com valores alheios, sem nunca haver estado em contato com a vida que flui dentro de cada um, sem haver sentido a complexidade das próprias experiências, que é de onde surgem as alternativas.”
Em tempos de risco de morte, podemos ajudar as pessoas a entrar em contato com a vida que flui dentro de cada um.
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A formação de psicoterapeutas conforme os princípios
da Abordagem Centrada na Pessoa
No cenário das teorias sobre a psicoterapia, Rogers introduz uma visão completamente nova, que ele mesmo considera como uma mudança de paradigma. As teorias vigentes até então (e muitas delas vigoram ainda hoje) se baseavam num modelo explicativo do comportamento, segundo uma visão ortodoxa de fazer ciência, com base na experimentação e busca da objetividade. A psicoterapia centrava-se na teoria e no terapeuta.
Rogers se opõe a este modelo. Adota o modelo compreensivo de fazer ciência. Sua prática deixa de ser centrada na teoria e passa a centrar-se no cliente. Valoriza o aspecto vivencial do processo, a relação terapeuta-cliente pautada nas atitudes de empatia, congruência e consideração positiva incondicional pelo cliente.
“ O que estou dizendo é que o encontro existencial é que é importante e que, no momento imediato, do relacionamento terapêutico, a consciência da teoria não tem um lugar útil. “(Rogers, Tornar-se Pessoa)
“Na medida em que estamos pensando teoricamente na relação, tornamo-nos expectadores e não participantes e é como participantes que somos eficientes.” (Rogers, Tornar-se Pessoa)
Este é o ponto de vista que adotamos como referência para o projeto pedagógico de nosso curso de formação de psicoterapeutas.
Daí, surge a questão: Como facilitar, em nosso aluno, o desenvolvimento das atitudes necessárias para uma prática centrada no cliente?
A resposta também encontramos em Rogers: promovendo uma aprendizagem significativa no aluno, que considere, não só a dimensão teórica e técnica, mas vise a uma mudança na própria pessoa do psicoterapeuta.
Por isso, nosso curso alia a dimensão teórica-prática-experiencial, com a vivência do atendimento de clientes e a supervisão. Assim, além do conhecimento da teoria e das técnicas, o aluno pode desenvolver as atitudes que Rogers denomina facilitadoras do desenvolvimento do cliente.
Acreditamos que:
.... psicoterapia é, sobretudo, uma relação interpessoal de boa qualidade;
... é o cliente quem sabe o que é melhor para ele; podemos confiar nas suas escolhas; ele tem os critérios para tomar decisões e avaliá-las;
... é necessário deixar de lado a interpretação, o julgamento e simplesmente facilitar o processo, pelo cliente, de entrada em contato com sua própria experiência;
... o sucesso do processo não depende da abordagem teórica do profissional, mas de suas atitudes na relação com o cliente.
É com este modelo e com estas concepções que contribuímos, no Instituto Humanista de Psicoterapia, para o processo de formação de psicólogos centrados na pessoa.
Ana Maria Sarmento Seiler Poelman
Diretora Executiva do IHP
Professora e supervisora do curso de Formação de Psicoterapeutas
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